Quarta, 16 Dezembro 2015 21:33

Treinadoras são de tudo um pouco na ginástica rítmica Destaque

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Ana Paula Christen Mohr, treinadora de Blumenau (à esquerda) reza com sua atleta da seleção brasileira Jéssica Maier Ana Paula Christen Mohr, treinadora de Blumenau (à esquerda) reza com sua atleta da seleção brasileira Jéssica Maier Foto: Antonio Prado

Quem ver as ginásticas fazendo suas evoluções no tablado dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) nem imagina o duro percurso que atletas fizeram até estarem ali representando seus municípios em busca da tão sonhada medalha. Por trás de cada ginasta está a figura da treinadora. Aquela pessoa que passa todos os dias treinando as ginastas duas, três, quatro horas por dia durante todo o ano para que aquela apresentação de um minuto e meio de duração saia perfeita.

Na edição deste ano dos Jasc, que começou nesta quarta-feira (16) e finaliza na sexta (18), sete treinadoras acompanham as 30 atletas de cinco municípios que participam da 55ª edição da competição. Antes das apresentações as treinadoras participam de todo o processo que envolve o torneio: ajudam na maquiagem das atletas, passam a ferro as fitas das competidoras, ajudam a colocar os aparelhos na área de competição, rezam, dão força e ajustam os últimos movimentos das meninas durante o aquecimento. “Vai lá e arrasa, você consegue, és capaz” é a frase mais repetida antes das meninas entrarem no tablado. 

Torcida e nervosismo

Durante apresentação elas ficam de fora torcendo. Movimentam as mãos, os olhos, a cabeça. Ora pulam, ora simplesmente mordem os lábios. Em outro momento seguram com força a mão de uma auxiliar para no final da apresentação abrir os braços e receber com afeto a ginasta com um caloroso abraço. 

Para Vanessa Hagemann, treinadora de Joinville, que trabalha na função há 10 anos, ser técnica é uma escolha de vida em que se faz de tudo um pouco.  “Na hora da competição dá muito nervosismo, pois treinamos muito para decidir tudo em um tempo muito curto. Às vezes em um descuido, uma viga de um teto, bota tudo a perder. Então, é uma pressão, uma expectativa muito grande em cada coreografia”.

Ana Paula Christen Mohr, treinadora de Blumenau e que exerce a função há oito anos, diz que ser técnica de ginástica é tudo um pouco, inclusive cabeleireira. “Além de treinar as meninas, agente acaba tendo um afeto maior. É um esporte que exige muita beleza e tem muito amor envolvido. As meninas passam muito tempo treinando dentro de um ginásio em um trabalho que começa quando ainda são bem pequenas, de 4 a 5 anos até os 20 anos. Por isso agente acaba se tornando uma família” .

 Vanessa Hagemann, treinadora de Joinville, dá os últimos retoques em sua atleta antes da competição (Foto: Antonio Prado/Fesporte)

Além do aspecto familiar, para Maria Helena Kraeski, treinadora de  Florianópolis, ser técnica de ginástica rítmica é ser educadora, descobridora de talentos. “Fazemos os polimentos das meninas para que elas se descubram enquanto ginastas e possam realizar o sonho de ser uma grande atleta”. 

Maria Helena, treinadora desde 1991, é a descobridora de Luíza Matsuo, atleta olímpica e a maior ginasta catarinense, detentora de seis medalhas de ouro em dois Jogos Pan-Americanos (Rio 2007 e Guadalajara 2011) e com uma participação nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008.

“A ginástica rítmica é coração, é sangue na veia, é suor, é tudo. Ser técnica de ginástica não tem explicação, é amor puro”. A definição é de Christiane Mogk, treinadora de Blumenau, que tem na carreira 35 participações em Jogos Abertos de Santa Catarina.

Texto: Antonio Prado 

(48) 9696-3045

 

Lido 3962 vezes Última modificação em Quarta, 16 Dezembro 2015 21:53