Sexta, 25 Novembro 2022 19:05

Mimadinha em casa, durona no Judô Destaque

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A mãe Priscila e a medalha de ouro, Amelí A mãe Priscila e a medalha de ouro, Amelí Delamare de Oliveira Filho (Ascom/Fesporte)

 

Mimadinha em casa, durona no Judô. Esse foi o combinado entre a pequena Amelí e seu pai Carlos Eduardo Teixeira, o grande incentivador para que ela treinasse Judô. Em sua primeira competução, Amelí Teixeira conquista a medalha de ouro nas Paralimpíadas Escolares 2022 no Judô. 

A menina, Amelí Teixeira, 12 anos, natural de Lontras, nasceu prematuramente com 6 meses e por conta do excesso de oxigênio desenvolveu a doença denominada retinopatia da prematuridade que levou Amelí a ter deficiência visual. 

Amelí iniciou no judô em 2021 com o professor Alexandre Duarte, após o pai incentivá-la a praticar tal modalidade. Para ele, um ex judoca, era a possibilidade de Amelí superar alguns desafios do cotidiano. 

É a primeira competição nacional de Amelí e para a mãe, Priscila Aparecida Theis, tudo isso tem ajudado a filha a ter mais autonomia e ser mais forte na vida. “O esporte é muito importante para ela saber lidar com os obstáculos da vida. O judô é um estímulo para o físico e para a mente”, afirma Theis. 

E em seguida afirmou que, “toda essa logística está sendo uma experiência incrível para Amelí. Conhecer as pessoas que ela conheceu aqui e ter a mesma experiência de vida parecida com a dela, é muito além do esporte. Eles se sentem valorizados como indivíduos e como cidadãos”, finalizou. 

Equipe de Judô de Santa Catarina - Amelí, o treinador Alexandre Duarte e Heloisa.        Foto: Delamare de Oliveira Filho (Ascom/Fesporte)

 

Já o treinador, o professor Alexandre Duarte, destaca a oportunidade que as crianças com deficiência visual têm ao praticar esporte. Essa inclusão faz com que tenhamos adultos diferenciados e independentes.

“Elas se sentem úteis e importantes. Observem Amelí. Para ela foi uma quebra de paradigma. A menina delicadinha, praticando judô, um esporte de contato. Ela achou o espaço dela e vem conquistando os seus resultados. É muito  gratificante oportunizar esses momentos para Ameli e para outras crianças”.

Um dos momentos mais emocionantes foi no momento da entrega da medalha de ouro. Ao receber a medalha, Amelí notou que havia algo escrito em Braille. 

Ao se deparar com tal surpresa, ela tocou o objeto conquistado, fez a leitura em Braille, suspirou forte e exclamou com entusiasmo, “ouro 2022. Que legal eu ganhei ouro”. 

Amelí com sua medalha de ouro nas Paralimpíadas Escolares         Foto: Delamare de Oliveira Filho (Ascom/Fesporte) 

 

Com a linguagem do Braille, Amelí pôde ter a sensação de ser a medalha de ouro no judô, categoria até 41kg nas Paralimpíadas Escolares 2022. Como sua mãe, Priscila, explanou dias antes ao conversarmos com ela e a filha sobre a competição, “o deficiente visual só enxerga aquilo que as mãos tocam”.

Lido 1981 vezes Última modificação em Sábado, 26 Novembro 2022 13:41