Santa Catarina é vice-campeã das Paralimpíadas Escolares 2022
A delegação de Santa Catarina se sagrou vice-campeã das Paralimpíadas Escolares 2022 realizada em São Paulo. O anúncio foi feito pelo presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, na cerimônia de encerramento do maior evento esportivo do mundo para jovens com idade escolar, na noite desta sexta-feira, 25, no Centro de Treinamento Paralímpico, na capital paulista.
São Paulo foi o grande campeão com 594 pontos, seguido por Santa Catarina com 308 e Pará com 304. A delegação de Santa Catarina, com mais de 150 integrantes, incluindo atletas, treinadores, guias, staffs, tapers, fisoterapeuta e assessoria de imprensa é a maior da história. Ao longo da competição conquistou 154 medalhas, sendo 83 de ouro, 33 de prata e 38 de bronze.
Willian Scheffer, chefe da delegação de Santa Catarina recebe o troféu de vice-campeão Foto: Divulgação OCPB
Tivemos vários atletas que se destacaram nessa edição da competição. Entre eles, Nicolas Coelho Fonseca que conquistou 5 medalhas de ouro na natação e Gabriely Hostin, também da natação, que conquistou 4 medalhas de ouro.
Para o treinador de atletismo de Santa Catarina, Elizandro Braz, “essa conquista é fruto do trabalho do dia a dia de muitos técnicos/professores que reflete o compromisso e dedicação. O resultado de hoje nos mostra que estamos no caminho certo e a cada competição o paradesporto catarinense cresce mais”.
A classificação geral das Paralimpíadas Escolares 2022, de acordo com o regulamento oficial, foi definida pela soma das colocações dos estados obtidas em cada uma das modalidades, que obedece a uma pontuação pré-estabelecida para cada posição na tabela.
Além das premiações para os três primeiros colocados, outros dois troféus foram entregues na cerimônia. O secretário estadual de Esportes da Paraíba, Zezinho Botafogo, foi homenageado como o "Amigo do Esporte Paralímpico" e o estado do Ceará recebeu o prêmio "Confraternização".
Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, se mostrou bastante safisfeito com essa edição do evento. “É motivo de muita alegria ver crianças e jovens de todo o país competindo, com qualidade e em um nível técnico altíssimo. Tivemos um número recorde de participantes e de modalidades, além de três fases regionais [Brasília, Natal e São Paulo], o que qualificou ainda mais a disputa nacional", destacou.
A edição deste ano foi a maior da história, com cerca de 1300 atletas oriundos de 25 estados e do Distrito Federal - a exceção é o Piauí, e contou com 14 modalidades: atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas (formato 3x3), bocha, futebol de cegos, futebol PC, goalball, halterofilismo, judô, natação, taekwondo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado.
Os halterofilistas estrearam no evento e 63 atletas com Síndrome de Down estiveram presentes em disputas de atletismo, natação e badminton.
Santa Catarina teve participantes em 10 modalidades, com exceção do parataekwondo, halterofilismo e basquete em cadeira de rodas e futebol de 5.
Mimadinha em casa, durona no Judô
Mimadinha em casa, durona no Judô. Esse foi o combinado entre a pequena Amelí e seu pai Carlos Eduardo Teixeira, o grande incentivador para que ela treinasse Judô. Em sua primeira competução, Amelí Teixeira conquista a medalha de ouro nas Paralimpíadas Escolares 2022 no Judô.
A menina, Amelí Teixeira, 12 anos, natural de Lontras, nasceu prematuramente com 6 meses e por conta do excesso de oxigênio desenvolveu a doença denominada retinopatia da prematuridade que levou Amelí a ter deficiência visual.
Amelí iniciou no judô em 2021 com o professor Alexandre Duarte, após o pai incentivá-la a praticar tal modalidade. Para ele, um ex judoca, era a possibilidade de Amelí superar alguns desafios do cotidiano.
É a primeira competição nacional de Amelí e para a mãe, Priscila Aparecida Theis, tudo isso tem ajudado a filha a ter mais autonomia e ser mais forte na vida. “O esporte é muito importante para ela saber lidar com os obstáculos da vida. O judô é um estímulo para o físico e para a mente”, afirma Theis.
E em seguida afirmou que, “toda essa logística está sendo uma experiência incrível para Amelí. Conhecer as pessoas que ela conheceu aqui e ter a mesma experiência de vida parecida com a dela, é muito além do esporte. Eles se sentem valorizados como indivíduos e como cidadãos”, finalizou.
Equipe de Judô de Santa Catarina - Amelí, o treinador Alexandre Duarte e Heloisa. Foto: Delamare de Oliveira Filho (Ascom/Fesporte)
Já o treinador, o professor Alexandre Duarte, destaca a oportunidade que as crianças com deficiência visual têm ao praticar esporte. Essa inclusão faz com que tenhamos adultos diferenciados e independentes.
“Elas se sentem úteis e importantes. Observem Amelí. Para ela foi uma quebra de paradigma. A menina delicadinha, praticando judô, um esporte de contato. Ela achou o espaço dela e vem conquistando os seus resultados. É muito gratificante oportunizar esses momentos para Ameli e para outras crianças”.
Um dos momentos mais emocionantes foi no momento da entrega da medalha de ouro. Ao receber a medalha, Amelí notou que havia algo escrito em Braille.
Ao se deparar com tal surpresa, ela tocou o objeto conquistado, fez a leitura em Braille, suspirou forte e exclamou com entusiasmo, “ouro 2022. Que legal eu ganhei ouro”.
Amelí com sua medalha de ouro nas Paralimpíadas Escolares Foto: Delamare de Oliveira Filho (Ascom/Fesporte)
Com a linguagem do Braille, Amelí pôde ter a sensação de ser a medalha de ouro no judô, categoria até 41kg nas Paralimpíadas Escolares 2022. Como sua mãe, Priscila, explanou dias antes ao conversarmos com ela e a filha sobre a competição, “o deficiente visual só enxerga aquilo que as mãos tocam”.
SC disputa dois bronzes no encerramento das OE
Cuiabá - As equipes de handebol feminino e de basquete masculino de Santa Catarina foram derrotadas nesta sexta-feira (7) pelas semifinais das duas modalidades das Olimpíadas Escolares 15-17 anos, em Cuiabá (MT). Neste sábado, último dia da competição, os dois times voltam à quadra para disputar a medalha de bronze.
Invictas na fase classificatória, as meninas do handebol da escola Roberto Grant, de São Bento do Sul, perderam por 20 a 16 para o Colégio Jemina Goes (CE). À tarde, o basquete masculino do Colégio Evangélico, de Jaraguá do Sul, foi superado pelo Santa Dorotéia (DF) por 54 a 50. Os jaraguaenses encerraram os dois quartos da partida perdendo por nove pontos. Na segunda metade do jogo, eles tentaram a virada, mas não conseguiram tirar a diferença. "Chegamos a virar, e estávamos um ponto à frente faltando um minuto. Mas erramos três ataques e eles não perdoaram. Eles tinham um time mais alto, fizemos um jogo de superação, mas no final não deu", lamentou o técnico Rafael Mueller. As derrotas das duas equipes mantêm Santa Catarina na 2ª Divisão do handebol feminino e do basquete masculino das Olimpíadas Escolares 15-17 anos.
“Nunca erramos tanto no ataque”, lamentou o técnico Marcelo Campos. “Agora é uma questão de honra ficar em terceiro lugar”, disse Campos. O primeiro período terminou 12 a 6 para a equipe cearense. No segundo, as catarinenses fizeram 10 a 8. “A Kinberly (goleira) foi muito bem no segundo tempo, mas erramos muitas bolas de ataque. Se tivéssemos acertado um arremesso quando estava 17 a 15, a história poderia ter sido outra”, comentou Campos. A artilheira do time, mais uma vez, foi a armadora direita Ana Almeida, que marcou seis gols. Na disputa pelo bronze, o time de Concórdia enfrenta a equipe da Paraíba, que já foi derrotada pelas catarinenses na etapa classificatória.
Santa Catarina disputa as Olimpíadas Escolares com 162 atletas de 31 cidades e de 71 escolas estaduais, municipais e particulares. Os catarinenses disputam as modalidades de atletismo, basquete, ciclismo, futsal, handebol, judô, natação, taekwondo, tênis de mesa, vôlei de quadra e de praia e xadrez, todos no masculino e no feminino, além da ginástica rítmica feminina.
Maior e mais importante competição estudantil do país, as Olimpíadas Escolares são organizadas e realizadas pelo COB em parceria com o Ministério do Esporte e confederações olímpicas. O governo do Estado, por intermédio da Fesporte, fornece a todos os integrantes da delegação catarinense passagens terrestres, agasalho completo com duas camisetas, além de atendimento fisioterápico, complementação alimentar, como cereais e frutas, e água mineral e suco para hidratação.