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Em 1991, Pecos assume Dide, mas esbarra em burocracias

FESPORTE 27 ANOS - PARTE 2

Nessa semana comemorativa aos 27 anos de Fesporte, vamos contando um pouco mais de sua história. Em especial, relatamos desta vez, nas palavras de Adalir Pecos Borsatti, o que mais que impulsionou a criação da Fundação Catarinense de Esporte.

“Fato curioso: nesse encontro, perante o grupo, o governador surpreendeu (pois ninguém imaginava) me convidando (Adalir Pecos Borsatti) para dirigir o esporte de seu governo. Salientou que muitas pessoas da política e do esporte só falavam em meu nome para o esporte. Confesso que fiquei lisonjeado e surpreso, porém respondi que eu tinha compromissos, já com muitos anos de trabalho, com a empresa Sadia e Prefeitura Municipal de Concórdia. Ele respondeu: Isso a gente resolve... E o assunto ficou por isso. 

“Quando voltei para minha cidade no dia seguinte, já circulava a notícia do convite. Na sequência, fui chamado pela direção da Sadia e pelo Prefeito de Concórdia, dizendo que tinha havido contato do governador e que eu deveria assumir o cargo e me colocariam à disposição. Vim para a capital e assumi o cargo de Diretor de Desportos da SED em 15 de março de 1991.

“Nesse processo, sem autonomia própria, nós dependíamos das decisões, burocracia e grandiosidade da SED. Tudo era muito demorado, complicado para liberações, etc., e nós já tínhamos um extenso calendário de eventos. O que nos favoreceu em parte foi a dinâmica do Secretario da Educação, a quem credito muitos feitos.”

Acompanhe, no decorrer da semana, a continuação da história da Fesporte. Veja amanhã os passos para a transformação, de Diretoria de Esporte para Fundação Catarinense de Desportos.

Texto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte 

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Fesporte completa 27 anos neste 6 de julho

FESPORTE 27 ANOS - PARTE 1

A segunda-feira (6 de julho) amanheceu festiva para o mais importante órgão do esporte catarinense. Há exatos 27 anos, a Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) era criada pela Lei 9.131, e se tornou um dos modelos de gestão esportiva no país. 

Contando atualmente com 12 programas esportivos, que totalizam mais de 300 eventos anuais, a Fesporte envolve cerca de 250 mil atletas, nas áreas de alto rendimento, escolar e participação, em que se incluem deficientes, idosos e a sociedade em geral. A instituição cumpre um importante papel nas políticas públicas voltadas ao desporto catarinense.

Pecos fala do processo de criação da Fesporte, que começou em 1990 e se efetivou em 6 de julho de 1993, com a Lei 9.131                         Foto: Heron Queiroz

Confira a primeira parte do relato do idealizador da Fesporte e primeiro presidente, Adalir Pecos Borsatti. Aqui ele fala das primeiras movimentações que definiram a necessidade de criação de um órgão importante para o nosso esporte, iniciando pela criação da Diretoria de Esportes (Dide) na Secretaria de Educação.

“Em 1990, houve eleições para o Governo do Estado, sendo eleito para Governador, o Sr. Wilson Kleinubing. O governo anterior possuía 23 secretarias entre elas, a de Cultura e Esporte. O novo governador prometeu um enxugamento da estrutura governamental, diminuindo para somente 13 secretarias e com isso extinguiu a secretaria onde estava vinculada a área esportiva.

“Nós, incluindo um grupo de cerca de 20 pessoas, composto de lideranças políticas (deputados estaduais) e dirigentes esportivos (Conselho de Representantes e dirigentes municipais), marcamos uma audiência com o governador eleito (novembro/90), solicitando a não extinção da Secretaria de Cultura e Esporte.

“Nesse encontro, o governador eleito solicitou ao grupo, um voto de confiança da área esportiva a sua desafiadora administração para a reforma proposta e se comprometendo que futuramente (com saneamento do estado) nova estrutura poderia ser criada. Com isso, o esporte passou a ser somente uma Diretoria de Esporte (Dide), dentro da Secretaria de Estado da Educação. A Fundação Catarinense de Cultura também foi vinculada SED criada desde 1979.”

Diariamente, ao longo da semana, serão publicados neste site trechos da história da Fesporte. Acompanhe.

Texto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte

Confiram os três vídeos em que colaboradores parabenizam a Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) pelos seus 27 anos de existência.

 

 

 

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Retorno de competições privadas depende de municípios

Como previsto no Decreto Estadual nº 562/2020, de 17 de abril, o próximo domingo (5 de julho) marca a possível abertura para realização de eventos cuja organização e realização sejam de responsabilidade da iniciativa privada, sem presença de público. A liberação efetiva, contudo, depende ainda das restrições impostas por cada Município. Assim, qualquer instituição privada que precise realizar um evento, deve antes consultar a prefeitura do município previsto para a realização.

Segundo o presidente da Fesporte, Rui Godinho, os eventos esportivos do calendário oficial da instituição seguem restritos. “Para a Fesporte, há ainda protocolos de segurança que estão sendo feitos para que possamos organizar nossas competições”, afirmou Godinho.

Destaca-se ainda que devam ser seguidos todos os protocolos de treinamento também. O consultor jurídico da Fesporte, Níkolas Bottós, reforça que a única suspensão para as competições privadas é da presença de público e que o decreto transfere para as prefeituras a liberação das competições. Bottós ainda coloca a consultoria jurídica da Fesporte à disposição para orientar o retorno do esporte em Santa Catarina com a maior segurança para os atletas.

Texto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte

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Envio de termo de compromisso dos Jasc foi prorrogado

O envio do termo de compromisso para participar da 60ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc 2020), com prazo previsto para encerrar na última quinta-feira (2), foi prorrogado pela Fesporte e não tem novo prazo definido ainda.

Assim como todos os demais procedimentos de envio à Fesporte, por meio de sistema eletrônico, de documentos relativos à participação de municípios e atletas nos eventos esportivos promovidos pela Fesporte, não é diferente quanto aos Jasc 2020. A medida foi tomada tanto em função da pandemia de Covid-19, que deixou indefinido o calendário deste ano, quando em decorrência do ciclone bomba que atingiu grande parte do estado de Santa Catarina.

O gerente de esporte de rendimento da Fesporte, Luciano Heck, explicou que só poderá ser definido novo prazo a partir do estabelecimento de um novo calendário para 2020. No mês de maio, a Fesporte lançou três propostas de calendário, as quais submeteu ao governador Carlos Moisés. Os prazos de envio de documentos serão novamente estabelecidos assim que houver definição de calendário de eventos.

Texto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte

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Fesporte completa 27 anos na próxima segunda-feira, dia 6

Na próxima segunda-feira, dia 6, a Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte), completará 27 anos de fundação. Ao longo dos anos mais de 10 milhões de atletas passaram pelos 10 eventos esportivos da instituições como Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), Olesc, Joguinhos, Moleque Bom de Bola, Dança Catarina, entre outros.

Nomes como o atleta da seleção brasileira e Flamengo, Felipe Luis, Guga, no tênis,  Natalia Zilo, campeã olímpica de voleibol, são apenas alguns das centenas de nomes que brilharam e brilham no mundo que foram revelados pelos eventos da Fesporte.

Segundo dirigentes do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) a Fesporte chega aos 27 anos sendo uma das grandes instituições públicas esportivas do Brasil. Prova disso é que nos últimos anos Santa Catarina figura entre as primeiras colocações em eventos nacionais como Jogos Escolares da Juventude, organizados pelo COB, e Paralimpíadas Escolares, que levam a assinatura do CPB. As delegações de ambas competições são gerenciadas pela Fesporte.

Na data especial, Adalir Pecos Borssatti, fundador da Fesporte, em 1993, só tem a parabenizar a instituição. “Quero transmitir meus cumprimentos a todos os integrantes que dirigem a Fesporte, em especial aos educadores esportivos. É uma data importante e eu espero  que se tenham sempre recursos e melhores condições para o esporte catarinense”. Pecos dirigiu a Fesporte em 1993, sendo o primeiro presidente, e voltou ao cargo em no período de 2011 a 2013.

Texto: Antonio Prado/Ascom Fesporte

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Fesporte prorroga mapeamento de instalações esportivas

Fesporte pede aos gestores esportivos municipais um levantamento das estruturas esportivas danificadas devido ao ciclone bomba. 

A Fesporte prorrogou o prazo para os municípios enviarem à instituição o mapeamento de suas instalações esportivas (inventário), informações que farão parte do georreferenciamento das praças de esporte de todos os municípios catarinenses. Inicialmente previsto para o dia 30 de junho, os gestores esportivos municipais terão agora até 30 de julho para enviar à Fesporte as informações.  

Segundo o presidente da Fesporte, Rui Godinho, as informações sobre as estruturas esportivas de cada cidade será critério fundamental para a implementação de políticas públicas do governo estadual nos municípios catarinenses.

Além do trabalho de mapeamento, a Fesporte pede aos gestores esportivos municipais um levantamento das estruturas esportivas danificadas devido ao ciclone bomba que castigou Santa Catarina na terça-feira, 30 de julho, para as devidas providências do governo estadual. 

Mapeamento inédito no Brasil

Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) realiza um mapeamento inédito, junto a dirigentes municipais, de todas as instalações esportivas do estado. Quando o levantamento estiver pronto, Santa Catarina deve ser um dos primeiros estados brasileiros a ter um georreferenciamento das praças de esportes de seus municípios.

Após a coleta de dados, todas as informações de infraestrutura esportiva de Santa Catarina estarão disponíveis no site da Fesporte para serem consultadas pelo público, como quadras, campos de futebol, pistas, ginásios, canchas, piscinas, entre outras. Detalhes como dimensões das estruturas esportivas, banheiros, capacidade de público, vestiários, equipamentos, mapas de localização e fotos poderão ser vistos pelos usuários.

A coordenação do trabalho está sendo realizado pela Gerência de Políticas de Projetos Esportivos da Fesporte (Geppe), por meio dos coordenadores esportivos regionais, vinculados à entidade, que dão suporte aos gestores municipais neste levantamento.

Para o presidente da Fesporte, Rui Godinho, este levantamento irá possibilitar o desenvolvimento de estratégias que subsidiarão a elaboração de uma plataforma de gestão de indicadores de esporte e lazer no estado para delinear ações que promovam maior qualidade de vida à população catarinense.

 “O Governo de Santa Catarina, por intermédio da Fesporte, mais uma vez está na vanguarda no Brasil no que diz respeito ao gerenciamento do setor esportivo. Este diagnóstico da realidade atual das instalações esportivas do estado servirá como um mecanismo para subsidiar a tomada de decisões relativas às políticas públicas catarinenses, bem como potencializar as práticas esportivas como geradoras de desenvolvimento. Depois que todo o processo de catalogação estiver concluído o usuário terá a infraestrutura esportiva catarinense na palma da mão”, reforça.

Na prática, segundo o presidente, o mapa do esporte catarinense será importante instrumento para saber quais as regiões que necessitam de maior investimento público e mostrar onde há infraestrutura adequada para a realização dos eventos da Fesporte, como Jasc, Joguinhos, Olesc, Parajasc, entre outros.

Como é feito o levantamento

 “As ações estão sendo realizadas de forma on-line por dirigentes municipais com apoio de nossos coordenadores esportivos. Eles acessam o nosso sistema, via ‘QR Code’, que direcionam a questionários com a solicitação de informações sobre as instalações esportivas. Depois que as informações são preenchidas, elas são enviadas para o nosso sistema. Depois passam por uma formatação didática e visual para uma melhor compreensão do público. A etapa seguinte é georreferenciamento, que ficará disponível no site da Fesporte”, esclarece Aline Floss, gerente da Geppe.

A ação atende a Lei na Lei Complementar n° 741, de 12 de junho de 2019, que diz que a Fesporte tem por objetivo fomentar, desenvolver e executar a política estadual de esporte e promover o inventário e a hierarquização dos espaços esportivos.

Texto: Antonio Prado/Ascom/Fesporte

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CREs do Oeste promovem curso de esporte na escola

Coordenadorias Regionais de Educação do Oeste catarinense promovem curso on-line de modalidades esportivas para profissionais de Educação Física da Região, visando à aplicação de atividades durante e após a pandemia, considerando aproveitamento de espaço e adaptações. O curso ocorre em dias específicos entre 2 a 29 de julho e é aberto aos profissionais da região, que terão direito aos certificados, e pode ser acompanhado por qualquer pessoa no link do YouTube especificamente exposto na linha de cada dia de curso no cronograma divulgado. Inscrições serão feitas no próprio chat, seguindo os critérios de participação.

Os coordenadores esportivos da região Oeste do estado arranjaram um meio de tornar a quarentena ainda mais produtiva, e o melhor é que valoriza o currículo e promove o desenvolvimento profissional. Trata-se do curso on-line sobre “Atividades de Educação Física no Esporte da Escola e na Escola”, que tem início nessa quinta-feira (2).

O curso abordará as atividades que poderão ser realizadas no período de pandemia e a partir do retorno às aulas. São previstas sete aulas, uma para cada modalidade esportiva: atletismo, badminton, basquete, futsal, handebol, vôlei e tênis de mesa. O curso tem como objetivo apontar e discutir as diversas possibilidades de aproveitamento do espaço físico, tanto de casa quanto da escola, considerando as adaptações e improvisos para treinos e prática das modalidades.

As aulas serão ministradas por nove profissionais que atuam ou já atuaram nas respectivas modalidades como técnicos ou professores. Para que não haja sobrecarga, foram definidos, espaçadamente, sete dias do mês de julho (2, 8, 10, 15, 20, 24 e 29), para cada um deles, uma modalidade, com três horas de duração, variando alternadamente entre os períodos das 8h às 11h e das 13h30min às 16h30min. Cada aula terá um canal específico do YouTube, cujo link está disponível na linha de cada aula, na programação. 

Confira na programação

 

Saiba como e quem pode participar

O curso é promovido pelas Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) do Oeste, nas microrregiões de Chapecó, Concórdia, Dionísio Cerqueira, Itapiranga, Maravilha, Palmitos, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Seara e Xaxim. 

O curso é voltado a profissionais de Educação Física de escolas públicas de todas as esferas e particulares. Os participantes terão direito a um certificado de 20 horas. A ficha de inscrição estará disponível no próprio chat e deverá ser preenchidas considerando os seguintes critérios:

- Pertencer a qualquer instituição de ensino de município que integre uma das dez CREs promotoras do evento.

- Não estar em processo de aposentadoria;

- Não estar em gozo de qualquer licença (férias, licença-prêmio, licença-saúde etc.).

As aulas podem ser acompanhadas por pessoas de qualquer região ou estado, contudo sem direito à certificação. 

Terá direito ao certificado o cursista que apresentar 100% de participação e, na avaliação final, atingir a média seis. A avaliação ficará disponível até uma semana após o término do curso.

Os certificados serão feitos pela Coordenadoria Regional de Educação de Palmitos e entregue fisicamente aos participantes pelo Portal do Servidor, no caso de servidores do Estado, ou por intermédio do coordenador esportivo de cada uma das CREs para os servidores dos municípios, acadêmicos e de escolas particulares.

Texto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte

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Zé Maria: O maior medalhista do atletismo dos Jasc

NOSSA MEMÓRIA

Dando prosseguimento à sessão Nossa Memória o site da Fesporte relembra o grande campeão do atletismo: José Maria Nunes, o Zé Maria, o maior medalhista dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc). Ele soma 29 medalhas de ouro distribuídas em provas como os 5.000, 10.000 e 1.500 mil metros. Natural de Campos Novos, atuou como atleta e técnico por Porto União, Blumenau e Florianópolis.

A história das provas de resistência do atletismo em Santa Catarina pode ser dividida em duas etapas. Na primeira, até o início da década de 1990, brilhou um homem franzino, filho de uma família humilde do município de Campos Novos, no Meio-Oeste de Santa Catarina. José Maria Nunes, o Zé Maria, conquistou por 11 anos seguidos a medalha de ouro na prova dos 10.000 metros, prova em que também chegou ao título do Troféu Brasil de Atletismo, com direito a recorde. Venceu ainda por nove vezes consecutivas os 5.000 metros nos Jasc. Aposentou as sapatilhas de corredor fundista em 1982, mas ainda seguiu colecionando conquistas nos Jogos Abertos, como treinador das equipes de Blumenau e Florianópolis. Revelou para as pistas nomes como Silvana Pereira, Evaldo Rosa, Márcia Narloch e Alexandre Vaz.

Eternizado em provas de longa distância

Nossa olimpíada barriga-verde, os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) forjaram também seus mitos. Eternizado nas provas de longa distância, o ex-lavrador José Maria Nunes habita este universo. Franzino, filho de numerosa família de Campos Novos, foi “peão de fazenda” – como ele diz – até aos 18 anos de idade quando se transferiu para Porto União, a fim de cumprir o serviço militar.

No quartel, em 1968, teve o primeiro contato com o atletismo, ganhou uma prova do Batalhão e começou uma trajetória de conquistas e glorias.

Nos Jogos Abertos de Mafra, naquele mesmo ano, vieram as duas primeiras vitórias, nos 5 mil e 10 mil metros rasos, representando a sua base, Porto União. No início, ele costumava correr descalço. Certo dia, deram-lhe um tênis novo. “Depois de algumas voltas na pista, meus pés começaram a sangrar; acho que era um daqueles calçados tipo Conga da época”, lembra, achando graça da sua ingenuidade. “Ganhei a prova, mas esta é a pior recordação dos Jogos Abertos”.

Sapatilha com pregos

Tão dura quanto essa é a lembrança de 1974, nos Jogos de Criciúma. Um atleta, por acidente, afundou os pregos da sapatilha no calcanhar de José Maria . “Ainda assim, com risco de infecção, dores horríveis e tudo mais, corri os 10 mil, os 5 mil e os 1.500 metros e o revezamento 4x400, ganhando as quatro provas”, conta.

Até 1981, defendendo as cores de Blumenau e de Florianópolis, foram 11 títulos consecutivos na prova dos 5 mil metros e muitos outros nas demais provas de resistência. Zé Maria, como é conhecido, ganhou também destaque nacional quando se tornou campeão do Troféu Brasil, em 1980 – prova de dez quilômetros.

Já nos anos de 1973 e 1974, ele mostrava ser um fundista fora de série, quando se tornou recordista brasileiro universitário dos 5 mil e 10 mil metros rasos. Esteve entre os melhores fundistas do mundo, com excelentes resultados na São Silvestre e na corrida de Angola. Foi campeão na Argentina e ficou em quarto lugar no México em 1982, ano em que deixou definitivamente as competições.

Rei das pistas

Nas estatísticas dos Jogos Abertos, o “Rei das Pistas” figura como o maior medalhista de todos os tempos no atletismo, com 28 medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze – segundo levantamenteo feito pelo professor Deraldo Oppa, presidente da Federação Catarinense de Atletismo.

O feito de Zé Maria é impressionante em todos os sentidos. Primeiro por ser um atleta que começou a correr aos 19 anos. Segundo, por conta da sua especialidade, as provas de longa distância. E, terceiro, pelo fato de que já faz quase três décadas que Zé Maria parou de competir e ainda não apareceu ninguém que conseguisse igualar a sua marca.

E olha que ele até ajudou. Transmitiu sua experiência treinando grandes atletas catarinenses como Evaldo Rosa da Silva, Paulo César Zimmer, Silvana Pereira, também multimedalhistas dos Jasc, além de Márcia Narloch, Maria Andrade e Alexandre Vaz.

Técnico da seleção brasileira

Durante dois anos, Zé Maria Nunes foi técnico da Seleção Brasileira Juvenil de Atletismo e, por quase 10 anos, das equipes masculina e feminina de atletismo de Florianópolis.

Campeão nas pistas, depois de uma vida sofrida – “mas digna”, ressalta – José Maria Nunes alcançaria também o sonho de se tornar professor. Tarefa nada fácil para quem aos 19 anos tinha apenas o 2º primário. Determinado, aos 24 anos, concluiu o ensino médio, prestou vestibular e foi aprovado no curso de Educação Física. Mesmo após interromper os estudos para trabalhar e sustentar a família, Zé Maria se formaria e, mais tarde, concluiria também a pós-graduação em fisiologia do treinamento.

“Nunca ganhei salário para competir, estudava, trabalhava e treinava”, diz o campeão. “O que mais valeu foi o exemplo, pois, graças ao esporte mostrei para as pessoas que era possível e ajudei a tirar dez dos meus 14 irmãos da miséria e do analfabetismo”, lembra o ex-atleta.

Com informações do livro "Jasc 50 anos - História de vencedores" 

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